ÓDEIO!

Detesto que me chamem “Filha, óh filha!” ÓDEIO! ÓDEIO! Se Nem a minha mãe me chamou filha alguma vez. Filha??? E por que carga de água vou deixar que me chamem filha! E eu sou lá filha dum qualquer marmanjo!!! Nem o meu pai, nem o meu pai. E a conotação que o chamamento implica…para além do ligado àquelas senhoras, empresárias do sexo, a de machismo, super protector, daqueles que antigamente ofereciam casa posta em troca de “favores da libido”! Os mesmos que escolhiam as roupas, as amigas, o que as esposas comiam e viam e liam e até olhavam… Óh filha tás com a saia muito curta, óh filha não te rias assim, como uma perdida, óh filha arranja-te, arranjadinha, que vamos ao cinema com o meu patrão e a “esposa”! Mas pior do que filha é sustrona, pandorca…(os nomes que os maridos no Porto chamam às “esposas”, quando não as gramam, kilogramam…lol) Sustrice, para quem não sabe, é uma espécie de preguiça, um desleixo total. Mas filha!!!...filha põe-me os cabelos em pé, a pele de galinha, cheia de comichões, papos alérgicos, sobe-me uma coisa pelo peito acima que o melhor é fugirem a sete pés, melhor a oito! E filhinha??? filhinha isto, filhinha aquilo... ÓDEIO! ÓDEIO!